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Notícias

25/04/2019

Cão-guia: muito mais do que um melhor amigo

- Fonte: GOV SP

Proporcionar segurança na locomoção e independência são algumas das funções deste aliado das pessoas com deficiência visual

Cão-guia: muito mais do que um melhor amigo

O cão-guia é muito mais do que o melhor amigo das pessoas com deficiência visual e tem um dia especial para comemorar sua importância: a última quarta-feira do mês de abril. No Brasil, de acordo com dados do Censo IBGE 2010, há mais de seis milhões de pessoas com dificuldades para enxergar. Já na cidade de São Paulo, cerca de 345 mil habitantes têm baixa visão ou são cegos. No entanto, o número de cães-guias no país ainda é muito baixo, pois sua cultura chegou por aqui nos anos 90.

Proporcionar segurança na locomoção, independência, melhora do equilíbrio físico, emocional e na autoestima, além de promover socialização para seus usuários, são algumas das funções desses cachorros.

A funcionária pública do Tribunal Regional do Trabalho Daniela Kovács, 39, começou a perder a visão há cerca de 13 anos. Num primeiro momento, Dani usava bengala para se deslocar, mas, com o tempo, ter um cão-guia se tornou um sonho. “Sempre achei que seria libertador, mas eu não sabia o quanto minha vida iria mudar”, diz.

Daniela viajou, então, para os Estados Unidos, onde passou por um treinamento para receber seu primeiro cão-guia, chamado de Basher. Eles ficaram juntos por oito anos. “Ter um cão-guia é um novo mundo, com muitas oportunidades. Ele aprende caminhos e é um fator de inclusão social muito importante”, garante Daniela, que é advogada.

Em 2017, o Basher precisou se aposentar – pois, acredite, ser cão-guia é profissão. Daniela foi novamente aos Estados Unidos e voltou com o Ollie, que a acompanha atualmente. “O Ollie me leva todos os dias ao trabalho de transporte público. Ele é um anjinho, muito calmo e esperto. É uma relação de muita confiança: dele em mim e minha nele”, orgulha-se.

Para Daniela, a ampliação do acesso ao cão-guia no Brasil é urgente. Ainda que esses animais sejam grandes aliados dos deficientes visuais, estima-se que existam pouco mais de 100 cães-guia por aqui. “Todas as pessoas que querem e precisam deveriam poder ter uma cão-guia, deveria ser um direito básico”, finaliza.

Acompanhamos dois dias de deslocamento da Daniela e do Ollie por São Paulo.

Cuidados especiais na formação do animal

A criação de um cão-guia é lenta. Leva, em média, dois anos, requer cuidados especiais e só pode ser feita por profissionais especializados. O treinamento do cão passa por quatro etapas até o acompanhamento definitivo.

Em seu primeiro ano de vida, o filhote é conduzido pelo treinador ou por uma família voluntária, que cuida do animal. Durante o adestramento, o cão começa a conviver em ambiente social e recebe os comandos básicos para convívio. 

Vida transformada

Mellina Reis utiliza cão-guia há oito anos e enfatiza: a labradora Hilary transformou sua vida.  “A Hilary chegou para mim em março de 2014. Foi um projeto do SESI, em parceria com o Instituto IRIS. Esse programa contemplou nove usuários e, infelizmente, não existe mais.  A adaptação inicial não foi fácil. Nós ficamos duas semanas no hotel e o treinamento continuou depois, em casa.  Na época, eu ainda enxergava um pouquinho mais do que hoje. Então, tive dificuldade de confiar no cão. Precisei me adaptar à uma nova vida, em ter outro ser ali, com suas necessidades.  Com o tempo, nossa convivência  melhorou e a ligação que temos é muito forte. A Hilary me trouxe muito mais independência,  autonomia e autoconfiança.  Viajo sozinha com ela, tranquilamente”, afirma.

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